O último suspiro...

Soltei um grito inumano

Não sei porquê.
Veio-me pela boca
como algo inesperado,
algo inusitado algo perdido.
Pareceu-me que morria por dentro
o que eu queria com o coração
e não me era permitido ter nas minhas mãos.

Tanta coisa aconteceu
logo após o grito e ... por segundos!
Naquele instante senti que morri.
E no mesmo instante RENASCI...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A JUSTIÇA

A JUSTIÇA

A deusa levantou a espada
e cortou-me pelo meio.
Contemplei meu corpo com espanto,
como se não fosse meu:
os sentimentos gritaram em uníssono
e esse corpo (um trapo amarfanhado)
vibrava por hábito.

Um outro golpe certeiro rompeu
o que restou do coração.
Tornei-me a relva onde piso
e o canto do pássaro a verdadeira voz
há muito esquecida.

Não percebi o terceiro golpe
que veio quase traiçoeiro,
e perdi-me na visão impossível de descrever.
Tornei-me o próprio olhar
da deusa compassiva
e meu corpo, o mundo que respirava todas as formas em si.

No final, apenas no final, sou a própria espada
e o que me sobra de consciência...nada.

Alberoni 05/10/2005

O MESTRE

Em caminhos sem fim, o tempo passou...
Para minha aflição e consolo o mestre que me guiava um dia confessou:
"A morte se insinua, e continuo ignorante;
mas não é sem esperança".
Em meio à pobreza do não-saber,
permanece o mistério da humana peregrinação na busca do despertar.
René 28/08/05